Caso Bigodini: Polícia analisa imagens, mas ignora contradições de policiais em BO

Investigação chega as imagens em bares que deve definir condutor. Tráfego de Influência não é investigado

, atualizado

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Caso Bigodini resumido
Caso Bigodini resumido - Foto: Foto Coluna Sartre
Caso Bigodini resumido - Foto: Foto Coluna Sartre

A Polícia Civil e a Delegacia Seccional de Ribeirão Preto analisam as imagens de câmeras de segurança de dois bares onde o vereador Roger Ronan da Silva, conhecido como Bigodini (MDB), teria passado horas antes do acidente de trânsito ocorrido na noite de 28 de setembro, na avenida do Café, zona Oeste da cidade. As gravações, já em perícia, devem esclarecer se o parlamentar consumiu bebida alcoólica e se ele conduzia o veículo envolvido na colisão.

Segundo informações obtidas pela reportagem, o boletim de ocorrência elaborado na data do acidente diverge das imagens registradas por testemunhas e pelas câmeras do local. O documento policial afirma que a namorada do verpeador estava ao volante e teria perdido o controle da direção, colidindo o carro — um Chevrolet Tracker cinza alugado — contra uma árvore. A mulher, que não possui habilitação, relatou à PM que apenas se distraiu com outro veículo e negou ter ingerido álcool.

No entanto, vídeos divulgados na página do Sartre mostram o contrário: nas imagens, Bigodini aparece no assento do motorista, enquanto a namorada ocupa o banco do carona. Ela teria, inclusive, descido do veículo entregado uma garrafa de uísque a um conhecido instantes antes da chegada de policiais militares. As contradições levantaram suspeitas de tentativa de fraude processual e possível por parte do vereador Bigodini e sua namorada e suposto tráfego influência na elaboração do boletim de ocorrência quando da elaboração do documento policial teria flexibilizado a ocorrência para que o vereador não fosse preso por embriaguez ao volante e direção perigosa segundo fonte. O inquérito Policial não investiga não aborda a circunstância.

Atuação do Ministério Público e da Justiça Diante das controvérsias, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) foi acionado, após a divulgação do caso nas redes sociais por um influenciador que acompanha as investigações que insta prevaricação de agentes e autoridades policiais. O juiz Guaracy Sibille Leite, da Vara Criminal de Ribeirão Preto, assumiu o processo após GECRIM recusar o caso que trata de supostos crimes de penas mais altas. A Polícia Civil continua reunindo provas e depoimentos para confirmar se o vereador estava de fato dirigindo no momento do acidente.

Repercussão política na Câmara
O caso também mobiliza o Legislativo municipal. O Conselho de Ética da Câmara de Ribeirão Preto se reuniu para iniciar a análise do processo disciplinar de forma regimental e indicou o vereador Jean Corauci (PSD) designado relator do caso, e o presidente do Conselho, Diácono Ramos (União), já encaminhou ofício à defesa de Bigodini, que terá 15 dias para apresentar sua manifestação. Apesar de questionamentos do juiz da Vara da Fazenda Pública por meio de um Mandado de Notificação expedido em caráter de urgência provocado pelo jornalista Rodrigo Leone autor do pedido de cassação do vereador, questiona o rito processual, a comissão segue com a tramitação do processo “fora das quatro linhas”, Decreto Lei 201/1967.

Entre os vereadores, o clima é de desgaste político e de constrangimento dos colegas como tratarão Bigodini em público. Integrantes do MDB, partido de Bigodini, avaliam propor o afastamento temporário dele do cargo, com duração entre 90 e 120 dias. “Não há mais condições de convivência política no momento”, afirmou um colega sob reserva. As investigações seguem em curso, e novas perícias devem apontar se houve consumo de bebida alcoólica e adulteração de informações oficiais no registro do acidente. O vereador Bigodini esta afastado por questões de saúde - 14 dias. 

Opinião do Colunista: Decoro parlamentar e vida pessoal: o difícil equilíbrio no caso do vereador Bigodini