Na berlinda, Bigodini volta ao trabalho e deve reassumir vaga na Câmara
Após 24 dias de licença, vereador deve reassumir funções na Casa; ele responde processo de cassação e na Justiça por dirigir embriagado
, atualizado
Compartilhar notícia
O vereador Roger Ronan da Silva, o Bigodini (MDB), retoma suas funções na Câmara de Ribeirão Preto a partir desta quinta-feira (30). O retorno acontece após um período de quase um mês de afastamento, motivado por três atestados médicos consecutivos que alegavam tratamento para crise de ansiedade. O parlamentar volta ao Legislativo em um cenário de intensa pressão, pois foi formalmente indiciado pela Polícia Civil por três crimes e é alvo de um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar na Câmara.
O inquérito da Polícia Civil foi concluído, determinando que Bigodini estava ao volante de seu veículo na madrugada de 28 de setembro, quando sofreu um acidente na Avenida do Café. A investigação aponta que ele dirigia sob efeito de álcool e em alta velocidade. O vereador foi indiciado por embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual, e as penas podem chegar a dez anos de prisão. Sua namorada, Isabela de Cássia Andrade Faria, também foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica, fraude processual e autoacusação, por ter assumido a direção do veículo no Boletim de Ocorrência, sendo inabilitada.
O inquérito agora será encaminhado ao Ministério Público (MP) para o oferecimento de denúncia à Justiça. As provas coletadas pelas autoridades reforçam a gravidade das acusações, incluindo imagens de câmeras de segurança que flagraram o veículo a até 183 km/h na Rodovia Anhanguera (SP-330) e a mais de 130 km/h em avenidas da cidade, além de registros do vereador consumindo bebidas alcoólicas antes do acidente.
DELICADO
Na esfera política, a situação de Bigodini é igualmente delicada. A Câmara Municipal já aprovou, por ampla maioria (20 votos a favor), a abertura do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar está analisando o caso e a defesa do vereador. O uso contínuo de atestados médicos para evitar as sessões, somado às acusações criminais, fortalece o argumento por sua cassação, processo que pode levar até 180 dias.
Apesar do retorno ao trabalho, o vereador mantém o posicionamento de que não pretende fugir da luta, conforme declarou em nota anterior: "Eu sigo firme. Não por orgulho, mas por respeito às 5.077 pessoas que acreditaram e ainda acreditam no meu trabalho por Ribeirão Preto. Essa tempestade vai passar."