Receita cresce, mas liquidez se torna problema para Ribeirão
Cidade fica abaixo da média no quesito investimentos; para especialista, situação inspira cuidados
, atualizado
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Ribeirão Preto apresentou forte crescimento nas receitas em 2024, último ano da administração de Duarte Nogueira, mas enfrentou desafios estruturais que impactaram a liquidez e a capacidade de investimento, segundo dados do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF) 2025.
O IFGF avalia quatro indicadores principais: autonomia de receita, gastos com pessoal, investimentos e liquidez, oferecendo um panorama detalhado da saúde financeira municipal.
Em 2024, Ribeirão Preto entrou no grupo dos 12,1% dos municípios grandes do Brasil que fecharam o ano sem recursos suficientes para cobrir despesas de curto prazo. A cidade terminou o mandato de Duarte Nogueira com dívidas de curto prazo, o que restringiu a capacidade de investimento da nova gestão.
Apesar do superávit registrado no balanço final, a manutenção da liquidez foi possível graças a reservas oriundas de empréstimos e vendas de terrenos, evidenciando fragilidades no planejamento fiscal.
"Ribeirão Preto cresceu em receitas em 2024, mas a queda na liquidez mostra que a gestão fiscal precisa ser mais rigorosa. Controle de gastos, planejamento orçamentário e ampliação da autonomia tributária são essenciais para garantir investimentos e sustentabilidade financeira", analis Marcelo Andrade, especialista em finanças públicas.
Abaixo da média
Ribeirão apresentou melhora no índice de investimentos, mas os números ainda estão abaixo da média de cidades menores. Enquanto municípios com até 20 mil habitantes investiram cerca de R$ 1.000 por habitante, Ribeirão Preto não ultrapassou R$ 500 por habitante.
O desempenho demonstra avanço em infraestrutura e serviços públicos, mas revela que o município ainda não atingiu o potencial observado em capitais e cidades menores.
Problema
Apesar de estar entre os municípios grandes com maior autonomia, Ribeirão Preto ainda enfrenta limites para ampliar sua receita própria. A dependência de transferências federais e estaduais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), permanece relevante e pode comprometer a manutenção de serviços essenciais e novos investimentos, especialmente diante do aumento de gastos obrigatórios com pessoal.
Em 2024, várias capitais brasileiras mantiveram reservas financeiras e cumpriram rigorosamente o pagamento de servidores e fornecedores.