Estado descumpre prazo para implantar a Fábrica de Cultura

Previsão da Secretaria de Cultura era de que as atividades seriam iniciadas em 2025, mas espaço ainda precisa de obras

, atualizado

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O governo de São Paulo descumpriu, pela segunda vez, o prazo para concluir a implantação do projeto Fábrica de Cultura 4.0 em Ribeirão Preto. A previsão da Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa era de que as atividades tivessem início em 2025, mas o espaço escolhido para abrigá-lo - a Casa de Cultura juscelino kubitschek - ainda precisa de obras.

A unidade foi anunciada em 2022, ainda na gestão do ex-prefeito Duarte Nogueira (PSD). A promessa era de que 105 cursos seriam ministrados por ano, com 2.670 vagas e 850 atividades de difusão, para um público estimado em 140 mil pessoas.

Os cursos seriam divididos em Ateliês de Criação, destinados a crianças e jovens entre oito e 21 anos, Trilhas de Produção, para jovens entre 12 e 29 anos, além do Projeto Espetáculo, para jovens entre 12 e 21 anos, vivenciarem a montagem de um espetáculo teatral.

Após um processo conturbado de reforma - que incluiu um embargo do Conppac (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural gastos na casa dos R$ 4 milhões - o prédio foi entregue em 2024 para a Organização Social Catavento Cultural, responsável pela operacionalização das fábricas.

Na cerimônia de entrega, a secretaria estadual anunciou que as primeiras oficinas seriam realizadas até o final do ano, o que não ocorreu. A Catavento anunciou que a estrutura recebida da prefeitura precisava de adequações e abriu uma licitação para contratar um escritório de arquitetura para elaboração de projetos.

Mais de R$ 300 mil foram gastos e a Fábrica de Cultura ainda não está operacional.

Verba

Sem a Fábrica de Cultura, o segmento cultural de Ribeirão Preto deixou de receber mais de R$ 18 milhões em investimentos para atividades. O convênio previa cerca de R$ 9 milhões em custeio anual e outros R$ 9 milhões em equipamentos.

Pelo contrato mantido entre a Catavento Cultura e o governo de SP, as verbas destinadas a novas unidades são remanejadas entre as existentes quando o cronograma de implantação não é cumprido.

Procurada pelo Jornal Ribeirão, a assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa se recusou a responder aos questionamentos da reportagem.

A organização social Catavento também foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.