Policia Civil diz que Bigodini dirigiu embriagado e cometeu fraude processual

Bigodini é indiciado por dirigir embriagado, falsidade ideológica e fraude processual após acidente em Ribeirão Preto

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Ddelegado de Policia Gustavo André Alves
Ddelegado de Policia Gustavo André Alves - Foto: Foto Web
Ddelegado de Policia Gustavo André Alves - Foto: Foto Web

O vereador Roger Ronan da Silva, conhecido como Bigodini (MDB), foi formalmente indiciado pela Polícia Civil pelo crime de embriaguez ao volante, após acidente ocorrido na madrugada de domingo, 28 de setembro, na avenida do Café, em Ribeirão Preto. As investigações apontam que ele conduzia o veículo, contrariando relatos iniciais, e dirigia em alta velocidade, colocando em risco a segurança no trânsito.

Velocidade excessiva nas ruas da cidade

De acordo com o inquérito, câmeras de segurança registraram o carro sob o controle de Bigodini transitando pela cidade em velocidades muito acima do permitido. Entre os registros, o veículo foi flagrado a 183 km/h na Rodovia Anhanguera (SP-330) e a mais de 130 km/h em avenidas como Brasil, Maurílio Biagi e Saudade. Próximo ao local do acidente, o automóvel seguia a 66 km/h, pouco antes de colidir contra um poste e derrubar uma árvore.

Imagens confirmam vereador como motorista

As autoridades coletaram vídeos que demonstram claramente que Bigodini estava ao volante durante todo o trajeto na noite anterior à batida. Enquanto a namorada do parlamentar, Isabela de Cássia Andrade Faria, aparece vestindo roupas escuras e na posição do passageiro, Bigodini trajava camisa branca e pilotava o veículo. Essas evidências contrariam os relatos do boletim de ocorrência que indicavam que Isabela estaria conduzindo o carro.

Acusações e contradições nos relatos policiais

Segundo o boletim de ocorrência, a namorada do vereador, que não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH), assumiu estar dirigindo o veículo. Contudo, a polícia militar relatou sinais claros de embriaguez em Bigodini — trocas de palavras, odor de álcool, fala pastosa e falta de equilíbrio — enquanto a Polícia Civil não registrou menção ao consumo de álcool no documento de ocorrência. Ambos se recusaram a fazer o teste do bafômetro no local. Essas divergências motivaram abertura de investigação sobre possível alteração da cena do acidente e fraude processual.

Consumo de álcool durante a noite

Imagens de câmera de segurança mostram que o parlamentar consumiu diferentes tipos de bebida alcoólica na noite e madrugada anteriores ao acidente. Antes da meia-noite do sábado, ingeriu duas caipirinhas em um bar local. Mais tarde, durante a madrugada, esteve em uma casa de shows onde consumiu uísque e chegou a ser gravado cambaleando. Por volta de 1h30, parou em um posto de combustíveis e comprou três latas de cerveja na loja de conveniência.

Desdobramentos legais e éticos

O delegado Gustavo André Alves explicou que Bigodini responderá pelos crimes de embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual. Isabela será indiciada por falsidade ideológica, fraude processual e autoacusação. As penas para o vereador podem chegar a dez anos de prisão.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Ribeirão Preto aguarda o envio oficial do inquérito para análise técnica e jurídica. Caso os documentos não sejam entregues a tempo, o órgão pretende solicitar acesso integral ao processo para avaliar possíveis encaminhamentos disciplinares.

Posicionamento do vereador

Em nota publicada nas redes sociais, Bigodini declarou: “Não vamos transformar um acidente de trânsito em um tribunal de exceção. Eu sigo firme. Não por orgulho, mas por respeito às 5.077 pessoas que acreditaram e ainda acreditam no meu trabalho por Ribeirão Preto. Essa tempestade vai passar.”

O caso ainda segue sob investigação, com possíveis apurações sobre a conduta dos policiais envolvidos na coleta de depoimentos devido às contradições encontradas.