Lotus Esprit

No universo dos carros cinematográficos, poucos modelos alcançaram o status de lenda como o Lotus Esprit. Lançado em 1976, o esportivo britânico poderia ter seguido o caminho tradicional dos cupês europeus de motor central.

, atualizado

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Design futurista e esportividade inglesa
Design futurista e esportividade inglesa - Foto: Reprodução
Design futurista e esportividade inglesa - Foto: Reprodução

Mas bastou uma cena em "007 - O Espião Que Me Amava" (1977) para transformar o carro em um ícone pop, lembrado até hoje como "o carro que virou submarino"

O Lotus Esprit foi projetado pelo renomado designer Giorgetto Giugiaro, famoso por seu estilo angular e futurista. A carroceria em fibra de vidro, o baixo peso e o motor central eram marcas registradas da Lotus, que priorizava eficiência e agilidade ao invés de força bruta. Apesar do motor 2.0 de quatro cilindros não impressionar em números absolutos, o conjunto entregava um comportamento esportivo digno de um supercarro.

A virada cinematográfica

A história do Esprit poderia ter sido apenas a de um esportivo exótico, até cruzar o caminho da franquia James Bond. Durante um evento nos anos 70, o carro chamou a atenção de produtores do filme, que imediatamente visualizaram o potencial do design afilado como protagonista de uma sequência de ação.

Foi assim que, em 1977, o Lotus Esprit estrelou uma das cenas mais memoráveis da história do cinema: durante uma perseguição, James Bond acelera até o limite, é encurralado e, sem alternativa, joga o carro no mar. Para o espanto do público, o veículo se transforma em um submarino funcional e continua a fuga debaixo d'água. A imagem impressionou o mundo e eternizou o modelo.

Da rua ao fundo do oceano

Para criar o efeito, a produção usou oito unidades do Esprit, cada uma com finalidades específicas: cenas externas, tomadas internas e a versão submarina, totalmente adaptada com hélices e lemes. A ousadia da sequência foi tão grande que muitos fãs passaram a acreditar que o modelo realmente era anfíbio.

O sucesso foi tanto que o esportivo voltou em "007 - Somente Para Seus Olhos" (1981), desta vez com uma presença menor, mas novamente marcante: equipado com um sistema antifurto que faz o veículo se autodestruir quando ameaçado. Mais uma cena que reforçou a imagem tecnológica e imprevisível do carro.

Vida real e legado

Fora das telas, o Lotus Esprit seguiu sua trajetória como um esportivo legítimo, passando por evoluções mecânicas, motores turbo e até a famosa versão V8 nos anos 90. No entanto, nenhuma variação superou a fama conquistada no cinema.

A prova final dessa relevância veio décadas depois, quando o carro-submarino utilizado nas filmagens reapareceu em um leilão. O comprador? Elon Musk, que pagou cerca de 1 milhão de dólares e revelou o desejo de torná-lo funcional como nos filmes.

Um carro que virou cultura

Hoje, o Esprit é mais do que um modelo clássico: é um símbolo cultural. Entrou para a memória coletiva como o carro que uniu engenharia, criatividade e ficção de um jeito que jamais foi repetido. Enquanto algumas máquinas se consagram por velocidade, potência ou tecnologia, o Lotus Esprit conquistou algo diferente: o imaginário do público.

E é por isso que, quase 50 anos depois, ele segue sendo lembrado como o único carro capaz de encarar estradas... e o fundo do mar. para mais histórias como essa siga @autofocorp