FORD CORCEL I
Se existe um carro que traduz o espírito das ruas brasileiras dos anos 70, ele se chama Ford Corcel I. Dono de um visual equilibrado, econômico e confortável, o modelo foi protagonista de uma das maiores histórias de da indústria automobilística.
, atualizado
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Mas poucos sabem que o Corcel não nasceu Ford e nem nasceu no Brasil. Sua origem foi francesa: o projeto era baseado no Renault 12, desenvolvido pela Willys-Overland do Brasil sob licença da Renault. Em 1967, quando a Ford adquiriu a Willys, herdou também o novo automóvel que estava em fase final de desenvolvimento. O resto é história.
Chegada ao mercado
O Corcel foi lançado oficialmente em 1969 e rapidamente caiu no gosto dos consumidores. Era um carro pensado para a família, com acabamento simples, mas elegante, boa ergonomia e suspensão macia. A tração dianteira rara no Brasil oferecia um comportamento mais estável e seguro, o que surpreendeu muitos motoristas da época.
Econômico e resistente, tornou-se conhecido por "aguentar qualquer estrada". Rodovia, paralelepípedo ou terra batida: o Corcel ia. Para um país em expansão e com infraestrutura em formação, isso valia ouro.
Versões e evolução
A linha cresceu com rapidez:
Sedã tradicional
Coupé, de duas portas e visual mais esportivo
Belina, a perua espaçosa que virou sucesso entre famílias e comerciantes
GT, a versão esportiva que conquistou os jovens
O Corcel GT, lançado em 1970, tinha visual chamativo com faixas, rodas especiais e motor mais esperto. Mesmo sem ser um esportivo de alto desempenho, marcou gerações.
O carro da família brasileira
Durante os anos 70, o Corcel se consolidou como sinônimo de confiabilidade. Era econômico no combustível, fácil de manter e tinha manutenção barata. Cada bairro tinha pelo menos um deles na garagem e todo mecânico sabia lidar com sua mecânica simples e robusta.
Essa acessibilidade transformou o Corcel em um personagem do cotidiano brasileiro. Ele esteve presente em viagens, mudanças, casamentos, primeiras habilitações e até aventuras pelo interior. Não era apenas um automóvel; fazia parte da história de quem o dirigiu.
Despedida e legado
Em 1977, o Corcel I deu lugar à segunda geração, modernizada e com visual mais reto. Ainda assim, o pioneiro ficou guardado na memória coletiva. Encontros de carros antigos e clubes dedicados ao modelo mostram que a paixão segue viva.
Hoje, versões bem conservadas especialmente Coupé e GT são joias disputadas por colecionadores e mantenedores da cultura automobilística nacional.
Por que ainda lembramos dele?
A resposta é simples: poucos carros combinaram tão bem economia, conforto e identidade brasileira. O Corcel I foi feito para o Brasil e para o brasileiro. E é por isso que, mesmo mais de 50 anos depois, seu nome ainda anda pelas ruas, pelas garagens e, acima de tudo, pela memória afetiva de quem viveu sua época. Para mais historias como essa siga @autofocorp