O "G" do ESG: Governança é a base para negócios resilientes
Especialistas argumentam que sem o compromisso da alta liderança e dos conselhos, iniciativas ESG se tornam apenas discurso
, atualizado
Compartilhar notícia

Enquanto a agenda ESG ganha tração no mundo corporativo, um erro comum pode comprometer toda a estratégia: negligenciar o pilar de Governança. Pesquisa da Deloitte indica que empresas com práticas robustas de governança ESG apresentam um desempenho 20% superior em termos de retorno sobre o investimento (ROI) quando comparadas àquelas que ignoram esses fatores.
Para os autores do novo livro "Visão ESG: Negócios Resilientes", que chega ao mercado em outubro, o impacto da governança na agenda ESG é profundo e multifacetado, servindo como o alicerce para a eficácia de todas as iniciativas ambientais e sociais. Segundo a obra, sem o engajamento direto de CEOs e conselhos de administração, essas ações correm o risco de não saírem do papel.
Segundo os autores, esta percepção é crucial: o "G" não é apenas uma letra na sigla, mas a fundação que sustenta a resiliência de uma organização. Um estudo da MSCI revelou que empresas com governança corporativa forte tendem a ter pontuações ESG mais altas.
"A pauta ESG só ganha perenidade quando deixa de ser um anexo e passa a integrar a agenda estratégica do conselho de administração. É no board que os trade-offs são negociados e que a visão de longo prazo é garantida. Falar de sustentabilidade sem uma governança que a sustente é construir castelos de areia", afirma a autora Onara Lima, executiva de Sustentabilidade ESG com mais de 23 anos de experiência no setor.
A governança robusta também funciona como um passaporte para a competitividade global. Em um mercado com cadeias de valor cada vez mais complexas e reguladas, a capacidade de demonstrar transparência e gestão de riscos se tornou um pré-requisito para o acesso a capital e a novos negócios.
"Uma governança bem estruturada permite que a empresa navegue por ambientes regulatórios exigentes, como o europeu, e mitigue riscos socioambientais em sua cadeia de fornecedores. Não se trata apenas de compliance, mas de uma vantagem competitiva real, que protege a reputação e destrava valor", complementa o autor Orlando Nastri, executivo com mais de 15 anos de experiência na área.