Ricardo Silva retira projeto para permuta de imóveis com o Marista

Prefeitura diz que retirada da proposta é 'temporária' e foi feita para conclusão de avaliação dos imóveis pelo Creci

, atualizado

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Sede do Colégio Marista, na rua Bernardino de Campos, em Ribeirão
Sede do Colégio Marista, na rua Bernardino de Campos, em Ribeirão - Foto: Redes Sociais
Sede do Colégio Marista, na rua Bernardino de Campos, em Ribeirão - Foto: Redes Sociais

O prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD), pediu nesta segunda-feira (1º) a retirada do Projeto de Lei encaminhado à Câmara para permitir uma permuta de imóveis entre a prefeitura e o Colégio Marista. A proposta previa a cessão, pelo município, de um terreno na Zona Sul da cidade. Em troca, a tradicional escola da região Central da cidade seria transformada em Centro Administrativo Municipal.

Em nota, a assessoria de imprensa do prefeito afirmou que a retirada é "temporária". "A decisão foi tomada em respeito à transparência do processo e à necessidade de assegurar que todas as informações técnicas estejam completas antes da apreciação legislativa. As avaliações complementares solicitadas ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECI/SP), órgão responsável pela análise especializada, ainda estão em fase de conclusão", diz o texto encaminhado à imprensa.

Como foi encaminhado em regime de urgência, o projeto tinha uma tramitação restrita a 45 dias. "Considerando o encerramento do prazo legislativo e a possibilidade de o projeto seguir para votação sem a incorporação dessas avaliações essenciais, a Administração optou pela retirada temporária até que todos os elementos técnicos estejam integralmente disponíveis", conclui a nota.

Permuta

Pelo acordo estudado, o município cederia ao Marista um terreno público de 40 mil m² na Avenida Braz Olaia Acosta, na Zona Sul, avaliado oficialmente em R$ 39,6 milhões, e receberia em troca o prédio da instituição no Centro, estimado pela Prefeitura em R$ 57,2 milhões. A administração afirma que a operação representa ganho patrimonial de cerca de R$ 17 milhões, sem desembolso financeiro.

Entretanto, corretores e especialistas do mercado imobiliário afirmam que os valores oficiais não refletem a realidade da avenida, uma das mais valorizadas da cidade. Anúncios públicos e avaliações independentes indicam que o terreno pode ultrapassar R$ 100 milhões, diferença que deixou vereadores em alerta e paralisou o projeto na Câmara Municipal.