MP denuncia e Justiça torna Hagara réu por 'live' em fiscalização
Influenciador vê perseguição política e diz que não tem nada a esconder; penas podem se aproximar de seis anos e suspensão de direitos políticos
, atualizado
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O Ministério Público de Ribeirão denunciou o empresário e influenciador Hagara Espresola Ramos, o Pão de Queijo, por supostos crimes cometidos durante uma fiscalização sanitária no Mercado Municipal. A denúncia, feita na primeira quinzena de dezembro, foi oferecida pelo promotor de Justiça Paulo César Souza Assef. O acusado atribui a denúncia à perseguição política.
O episódio ocorreu na manhã de 25 de agosto de 2025, por volta das 9h, quando fiscais da Vigilância Sanitária realizaram uma inspeção de rotina no box "Rei do Queijo e do Bacalhau", localizado nos boxes 69 e 70 do Mercado Municipal, de propriedade do pai do influenciador, que, na ocasião, era primeiro suplente do PL na Câmara - ele deixou o partido e filiou-se ao Avante.
Durante a fiscalização, os agentes constataram irregularidades consideradas graves, como a ausência de selos de inspeção sanitária — SIM, SIF ou Selo Arte — em produtos alimentícios, além de condições inadequadas de armazenamento, com potencial risco à saúde pública. Diante da situação, foi determinada a apreensão e inutilização imediata dos produtos.
Segundo o MP, foram descartados entre 270 e 400 quilos de queijos, o que teria causado um prejuízo estimado em cerca de R$ 30 mil ao comércio familiar.
DENÚNCIA
O promotor atribui ao empresário três crimes: resistência, por empregar violência para dificultar a ação dos fiscais; desacato, pelas ofensas dirigidas aos servidores; e injúria qualificada, em razão de xingamentos direcionados a um dos fiscais, idoso, com ampla divulgação nas redes sociais.
Os crimes, segundo o MP, ocorreram em concurso material e a pena pode se aproximar dos seis anos de prisão. Além disso, eventual condenação pode gerar consequências eleitorais, como inelegibilidade, nos termos da Lei da Ficha Limpa.