Compartilhar notícia
Há um ano nasceu em nossa cidade uma nova voz: o Jornal Ribeirão. Uma voz inquieta, curiosa, firme. Uma voz que assumiu como missão mais do que informar: denunciar, provocar reflexões, alimentar a esperança de que a imprensa livre continua sendo instrumento vital para o fortalecimento democrático.
Um ano foi tempo suficiente para que histórias dolorosas chegassem ao público, para que injustiças viessem à tona, para que o invisível se tornasse visível. O Jornal Ribeirão não fugiu desse desafio. Pelo contrário: mergulhou em denúncias pesadas, escavou verdades incômodas, abriu feridas sociais mantidas à sombra e mostrou que jornalismo sério não é acomodado, mas sim capaz de gerar consequências concretas.
É preciso recordar algumas dessas reportagens emblemáticas. Um episódio marcante foi a revelação de que, mesmo diante de temperaturas que despencaram a 3,5 °C, alunos da rede municipal esperavam uniformes de inverno que não chegavam. A publicação escancarou a lentidão da Prefeitura, que só homologou o contrato após a denúncia. Mais do que noticiar, o jornal deu visibilidade à vulnerabilidade de famílias e mostrou o descaso com os mais pobres.
Longe de ser tema único. O jornal abordou os bastidores da Operação Sevandija como ninguém antes havia feito, contando em detalhes o trágico suicídio de Marcelo Plastino e os erros cometidos pelo Ministério Público na operação.
Sem falar na exoneração de Sergio Zerbinato, condenado por rachadinha, de cargo público na Assistência Social; a queda do ex-secretário Gerldini, ocorrida após denúncia de que ele viajou, às expensas da administração e acompanhado, para a Franca; a denúncia de uso irregular de veículos por parte de Franco Ferro (PP) e as pendengas de Brando Veiga (REP), acusado de uso de notas frias durante a campanha eleitoral.
E, fechando, temos a transferência de mais de R$ 300 mil da conta d Fundet para a conta de pessoa física de uma de suas diretoras. UFA!
Esses exemplos, todos apurados exclusivamente pela nossa equipe, revelam a essência de um jornalismo que não se contenta com o registro frio dos fatos. São matérias que deram voz a quem não tem voz, que pressionaram o poder público por responsabilidade, que colaboraram para a transparência da administração municipal e despertaram a consciência coletiva. O que as une é a capacidade de transformar informação em ação, denúncia em providência, notícia em cidadania.
Vivemos tempos instáveis. A desinformação prolifera em redes sociais, a polarização política sufoca o debate racional, e muitas vezes a manipulação substitui o esclarecimento. Em meio a esse cenário, o jornalismo sério e independente permanece como pilar da democracia: denuncia abusos de poder, explica as consequências das decisões públicas e protege o interesse da coletividade.
O Jornal Ribeirão, em seu primeiro aniversário, reforça a importância de uma imprensa local atuante. É aqui, no cotidiano da cidade, que o cidadão convive com os efeitos concretos das escolhas políticas: na escola dos filhos, na unidade de saúde, no transporte, nas praças e ruas do bairro. Ao registrar, investigar e cobrar, o jornal cumpre sua função de serviço público.
Por isso, o aniversário que celebramos não é apenas do Jornal Ribeirão, mas também da comunidade que dele se beneficia. A cada reportagem, o jornal devolve à sociedade a consciência de seus direitos e deveres. A cada denúncia, reafirma que ninguém está acima da lei. A cada edição, mantém viva a chama de que a informação livre é a melhor defesa contra a impunidade. O futuro que desejamos para nossa cidade depende dessa vigilância. Cabe ao jornal seguir firme, investigando, cobrando e escutando, mas também cabe a todos nós apoiar e acreditar no jornalismo como ferramenta de transformação.
Parabéns, Jornal Ribeirão. Um ano de muitas lutas, de muitas conquistas e de muita coragem. Que os próximos sejam ainda mais intensos e transformadores.