Novo parque de inovação vira berçário de tecnologia em Pernambuco

Compartilhar notícia

Novo parque de inovação vira berçário de tecnologia em Pernambuco
Novo parque de inovação vira berçário de tecnologia em Pernambuco - Foto: Agência Brasil
Novo parque de inovação vira berçário de tecnologia em Pernambuco - Foto: Agência Brasil

O estado de Pernambuco vai ganhar nesta segunda-feira (20) um centro de inovação e tecnologia que funcionará como um berçário para desenvolver projetos que impulsionem a produtividade da indústria da região e de todo o país. A estrutura montada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai-PE) foi batizada de Senai Park e fica na cidade de Ipojuca, na região metropolitana do Recife.

A instalação de 1,4 hectare quase um campo de futebol e meio é dividida em módulos e fica nos arredores de dois outros locais que são referência para o setor industrial nordestino: a refinaria da Petrobras Abreu e Lima e o Porto do Suape. 

O espaço servirá para que indústrias possam montar as chamadas plantas-piloto, que funcionarão como ambiente de testes para o desenvolvimento de produtos e tecnologias. É como se fossem minifábricas, de forma que seja mais fácil testar e avaliar soluções, procedimentos e inovações. 

De acordo com o diretor de Inovação e Tecnologia do Senai-PE, Oziel Alves, o objetivo é fornecer aos industriais caminhos para a se chegar à indústria do futuro. 

O grande propósito é desenvolver novas tecnologias, colocá-las no mercado, levar para um cenário real industrial, para que possamos efetivamente mostrar essas tecnologias em operação, descreveu.

Indústria 4.0

A indústria do futuro, também conhecida como indústria 4.0, é a que utiliza tecnologias digitais como inteligência artificial (IA), internet industrial das coisas, gêmeos digitais (réplica virtual de um objeto ou sistema), manufatura aditiva (impressora 3D) e realidade aumentada.

 A diretora regional do Senai, Camila Barreto, aponta que o centro de inovação é um elemento de integração de empresas, universidades e institutos de pesquisa em torno de soluções para desafios concretos da indústria.

Os industriais poderão também fazer visitas virtuais para acompanhar o desenvolvimento das inovações. Ferramentas de inteligência artificial (IA) acompanharão os processos. 

Além de criar produtos e tecnologias, o espaço será voltado para tropicalizar técnicas estrangeiras, ou seja, adaptá-las ao ambiente das fábricas nacionais. 

O Senai Park poderá ser acessado por empresas de fora de Pernambuco. Para Oziel Alves, mesmo que a indústria não seja pernambucana, aumenta a chance de novos negócios na região.

Projetos de R$ 100 milhões

O espaço de inovação já conta com dois projetos contratados que somam R$ 100 milhões em investimentos, ambos relacionados à transição energética. 

Um tem como objeto desenvolver a cadeia do hidrogênio verde, um combustível limpo. O segundo trata de produção de baterias de lítio, essenciais para a crescente frota de carros híbridos e elétricos. 

>>Centro de inovação leva transição energética para dentro da indústria 

Há a expectativa de captar mais R$ 200 milhões em outros desenvolvimentos. Um desenvolverá sistema de radar para frenagem automática de veículos. Outro, com a petroleira multinacional americana ExxonMobil, envolve drones com funções específicas em plataformas de petróleo em alto-mar.

Com o desenvolvimento de tecnologias no Senai Park, as indústrias participam de uma espécie de divisão de riscos, uma vez que não assumem sozinhas todo o processo de inovação, uma vez que já encontram um berçário estruturado.

Investimento se multiplica

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, classifica o Senai como o grande pesquisador de tecnologia que nós temos hoje no Brasil.

Ele ressalta o fato de o centro de inovação ser vizinho ao Porto de Suape, um complexo industrial com 90 empresas em operação. Essa quantidade de colaboradores é um ambiente perfeito para estarmos aqui fazendo desenvolvimento tecnológico, porque ao nosso redor temos uma diversidade muito grande de indústria, avalia.

A diretora regional, Camila Barreto, citou um estudo do Instituto Fraunhofer, maior organização de pesquisa aplicada da Europa, sobre o efeito multiplicador do investimento em inovação na economia. 

A cada R$ 1 colocado em projetos que buscam a inovação dentro do Senai, devolve R$ 18 para a economia. 

O Senai, que também atuará na qualificação de mão de obra, faz parte do Sistema S, entidades mantidas por contribuições de empresas e voltadas para a qualificação profissional e a assistência social.

*Repórter e fotógrafo da Agência Brasil viajaram a convite do Senai-PE.