Ricardo Silva e Lula selam financiamento de R$ 1,1 bi para Via Leste

O presidente Lula (PT) e o prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD), devem assinar nesta quinta-feira (18) um acordo de financiamento no valor de R$ 1,1 bilhão. O aporte será aplicado na execução da Via Leste e no prolongamento da Avenida Rio Pardo, projetos incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A liberação foi "antecipada" pelo presidente, durante pronunciamento em um evento da Apex Brasil. "Eu vou fazer um crédito de R$ 1 billhão para o prefeito de Ribeirão Preto", disse o petista.

O financiamento terá como fonte o fundo de investimentos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), usado pelo governo federal justamente para aportes em infraestrutura e habitação.

Os projetos incluem a implantação na avenida Rio Pardo de um novo corredor de ônibus, que vai ligar a Via Norte até a avenida Dom Pedro I. Junto a isso, também está em estudo para construir uma nova avenida ao longo do córrego do Tanquinho.

O objetivo é interligar toda a cidade, com obras que não não se limitarão apenas à construção das novas vias, mas incluirão também o alargamento e aprimoramentos viários essenciais para otimizar o fluxo urbano, garantir uma mobilidade mais eficiente e impulsionar o desenvolvimento econômico do município.

O projeto da Via Leste tem uma longa história, sendo cogitado desde a década de 1960, mas, ao longo de sucessivas gestões municipais, nunca havia se concretizado.

Atualmente, em parte da área do córrego Tanquinho, existe a Avenida Guido Golfeto, uma via de aproximadamente 950 metros que conecta a Avenida Quito Junqueira e a Rua Onze de Agosto, no bairro Campos Elíseos.

A obtenção do financiamento para a Via Leste e o prolongamento da Avenida Rio Pardo teve consultoria técnica da SP Urbanismo, empresa estatal da cidade de São Paulo, à Prefeitura de Ribeirão Preto.

Técnicos da empresa paulistana auxliaram na execução de levantamentos e estudos que embasaram a proposta do município cadastrada junto ao PAC. A estatal é ligada à Secretaria de Planejamento da capital. A parceria foi firmada em abril deste ano e não envolveu transferência de recursos entre os dois municípios.

Como parte do processo para a assinatura do financiamentto, a Prefeitura de Ribeirão obteve em agosto o direito de uso das áreas pertencentes à ferrovia que cortava a cidade. Parte dessas áreas deve ser convertida em novas vias.

O termo foi formalizado por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Secretaria do Patrimônio da União (SPU).

Para conseguir a liberação, o município teve de apresentar Plano Geral de Intervenção, projeto funcional, estudos de tráfego, relatórios fotográficos e de inspeção das áreas, além da Declaração de Disponibilidade Orçamentária.

Construída em 1900 para receber imigrantes que chegavam pela Estrada de Ferro da Mogiana, a Estação Ferroviária Barracão deve ser revitalizada no mesmo conjunto de obras do novo sistema viário.

No pronunciamento em que antecipou a assinatura do financiamento, o presidente Lula afirmou que o prefeito ribeirão-pretano "não é do seu partido" e que poderia negar a liberação.

"Nem sei de que partido é (o prefeito). Eu poderia dizer que não tem dinheiro, é um empréstimo que eu vou avalizar. Mas seria justo? Se a cidade está precisando, se o povo está precisando, eu ser um político sovina e cretino de dizer que não tem dinheiro", afirmou o petista.

Os detalhes do contrato devem ser anunciados nesta quinta-feira.