STF decide sobre prisão cautelar de Bolsonaro por risco de fuga e Garantia da Ordem Pública

PF pede e Alexandre de Moraes decreta prisão cautelar de Bolsonaro por plano de fuga com filho Flávio Bolsonaro

, atualizado

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Foto Jair Bolsonaro na PF
Foto Jair Bolsonaro na PF - Foto: Foto Acervo PS
Foto Jair Bolsonaro na PF - Foto: Foto Acervo PS

A recente prisão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi fundamentada em uma série de fatos graves e evidências presentes na decisão judicial, refletida na decisão do Ministro do STF Alexandre de Moraes a pedido da Policia Federal detalha os motivos que levaram à decretação da medida extrema. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada porque o magistrado considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar.


O decisão de Moraes destaca diversos pontos centrais: o rompimento da tornozeleira eletrônica, a fuga, a realização de vigílias organizadas em apoio ao ex-presidente como meio de pretexto de fuga — algumas delas convocadas inclusive por seu filho Flávio Bolsonaro — e a fuga recente de aliados próximos, incluindo Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem.

Rompimento da tornozeleira e fuga inequívoca
Um dos pilares que fundamentaram a prisão foi o comportamento diretamente violador das medidas judiciais impostas, como o rompimento da tornozeleira eletrônica, dispositivo que era obrigação do ex-presidente manter para monitoramento.


O documento transcreve de forma clara a gravidade do ato:


“O rompimento da tornozeleira eletrônica, aliado à fuga do investigado, revelou flagrante desrespeito às determinações judiciais, denotando iminente risco à ordem processual e à garantia da aplicação da lei penal.”


Além do rompimento, o ex-presidente foi responsabilizado pela fuga que dificultou o andamento do processo:


“A evasão do investigado evidencia tentativa deliberada de obstrução do andamento jurídico, com potencial de causar lesão irreparável à aplicação da justiça.”


O rompimento da tornozeleira não só caracteriza uma infração grave, mas é a sinalização principal para que o Judiciário tivesse condições de justificar a exigência de prisão cautelar.

Vigílias organizadas nas imediações do condomínio
Outro ponto de destaque na fundamentação legal foi a existência de vigílias organizadas em frente à residência do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas manifestações possuíam cunho político, mas, segundo a decisão judicial, tiveram efeitos de pressão sobre o sistema judiciário, desrespeitando a ordem pública.

O documento relata:

“As ações coordenadas para realização de vigílias e a mobilização de apoiadores na tentativa de coerção das autoridades públicas e do Judiciário configuram tentativa clara de obstrução da justiça e intimidação institucional.”


Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente e figura pública também investigada, foi diretamente mencionado por ter convocado uma dessas vigílias:


“O papel de Flávio Bolsonaro não pode ser desconsiderado, pois foi responsável pela convocação de vigílias nas imediações do condomínio do investigado, fomentando manifestações que impactaram negativamente a manutenção da ordem pública e a serenidade da investigação.”

O documento alerta que tais atos, embora em nome da liberdade de expressão, extrapolaram ao tentar criar um ambiente hostil às ações judiciais.

Fugas recentes de aliados: Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Ramagem
Não apenas o ex-presidente enfrentou medidas rigorosas da Justiça. O documento cita que aliados conhecidos, como Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Ramagem, também adotaram comportamento evasivo, dificultando o prosseguimento da investigação.

O texto é incisivo:
“A evasão desses investigados mostra a existência de uma rede articulada para frustrar a atuação do Poder Judiciário, tornando necessárias ações educativas e repressivas para preservar a autoridade do Estado de Direito.”


Estas fugas recentes tornaram o contexto ainda mais grave, e foram levadas em consideração para justificar a necessidade da prisão preventiva de Jair Bolsonaro.

Contextualização e impacto da decisão
A decisão judicial que decretou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro se funda não apenas nos fatos objetivos de desobediência das medidas cautelares (velada na aplicação do rompimento da tornozeleira eletrônica e evasão), mas também no comportamento social, político e institucional provocado em torno do caso.


O documento destaca que a manifestação de apoio, quando coordenada e com o intuito de pressionar o Judiciário ou intimidar agentes públicos, ultrapassa os limites legais:

“As vigílias e manifestações que tentam interferir na livre atuação do Poder Judiciário comprometem a ordem pública e demandam resposta firme e imediata para restabelecer o ambiente democrático e legal.”,

A prisão do ex-presidente Bolsonaro representa uma resposta judicial robusta diante de violações reiteradas das medidas legais, além do esforço para assegurar a independência e efetividade da Justiça, mesmo em um cenário politicamente polarizado.

O rompimento da tornozeleira eletrônica, a fuga do ex-presidente, a organização da vigília por Flávio Bolsonaro e a evasão de outros aliados — Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Ramagem — compuseram um quadro que alimentou o entendimento pela necessidade da prisão para garantir a ordem pública e o regular andamento das investigações.

Convocação ao tumulto feita pelo Senador Flávio Bolsonaro
No documento analisado, consta uma mensagem de Flavio Bolsonaro convocando a população a pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com o pretexto de uma vigília. A mensagem incita a mobilização popular em frente à Corte, com o objetivo explícito de exercer pressão sobre os ministros do STF. Segundo o trecho identificado, Flavio Bolsonaro convoca:

"É fundamental a presença de todos na vigília para demonstrar a insatisfação popular contra as decisões do STF que atentam contra as liberdades individuais. Nossa pressão será determinante para que os ministros reconsiderem suas etapas e não avancem com arbitrariedades contra nossa Constituição."

Essa convocação evidencia a tentativa de utilização de um evento público, ostensivamente pacífico, com o intuito de exercer influência direta na atuação do Poder Judiciário, o que configura um aspecto relevante no contexto da relação entre os poderes e a democracia. Tal iniciativa foi destacada no documento como elemento central para compreender o ambiente político e institucional no período em questão.

Fonte: Documento Supremo Tribunal Federal. Decisão disponível em: http://www.stf.jus.br, aceso em [inserir data. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001, Processo Pet 14.129/DF