Bigodini enfrenta o momento mais difícil de sua carreira política
Aparição pública, adversários, colegas, população, imprensa e possível retorno remoto às sessões
, atualizado
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O vereador Roger Ronan da Silva, conhecido como Bigodini, MDB, está atravessando uma das fases mais conturbadas de sua vida pública, abalado pelo envolvimento por um acidente ocorrido no final de setembro na avenida do Café, que desencadeou uma série de atrapalhadas do vereador e das autoridades policiais agora as investigações, processos administrativos tentam entabular toda dinâmica do sinistro permeado de inconsistências o vereador vive a expectativa de um enfrentamento difícil com a população, adversários políticos e a imprensa na próxima sessão extraordinária na Câmara Municipal.
No âmbito judicial, Bigodini não compareceu na delegacia seccional de Ribeirão Preto na manhã de quinta-feira, 16 de outubro, onde deveria prestar depoimento sobre o acidente. A defesa do parlamentar apresentou uma petição autorizando-o a permanecer em silêncio, direito garantido pela Constituição Federal, a fim de evitar complicações no inquérito que apura se ele teria cometido fraude processual ao alegar que era passageiro do veículo, cujo condutor teria sido sua namorada, que não tem carteira de habilitação. O advogado Wesley Felipe Rodrigues ressaltou que a decisão de não depor foi uma orientação estratégica para não prejudicar as investigações e que espera que o delegado responsável dê continuidade ao processo sem a participação do vereador. No meio politico cresce insinuações de tráfico de influências politicas para aliviar a situação do vereador, um dos motivos do silêncio do averiguado.
Além da esfera policial, Bigodini enfrenta uma pressão intensa na Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Ele está sendo alvo de um processo de cassação protocolado sob o número 22192/2025, cuja defesa foi apresentada pelo vereador que seguiu ao Conselho de Ética da Casa. O parlamentar está sendo cobrado para retorno às sessões após um período de ausências justificadas por atestados médicos, que se estenderam até o dia 16 de outubro. A expectativa é que ele esteja presente na 69ª sessão extraordinária marcada para o próximo dia 20, data que promete ser tensa devido ao acompanhamento rigoroso da imprensa e dos colegas vereadores, que exigem posicionamentos claros e transparentes diante das acusações.
No mesmo cenário político, o suplente do PL, Hagara Espresola Ramos, considerado adversário político de Bigodini, deverá marcar presença na sessão do dia 20, assim como o jornalista Rodrigo Leone, autor do pedido de cassação. Leone também ingressou com mandado de segurança questionando o rito da tramitação do processo na Câmara, em função do não sorteio imediato de uma Comissão Processante, conforme determina o Decreto-Lei nº 201/1967. Essa medida judicial adiciona mais um ingrediente de instabilidade ao processo de cassação, cujo prazo para cumprimento de notificações vence em 22 de outubro.
O enfrentamento social e político que Bigodini terá de enfrentar não é apenas institucional, mas também pessoal. Sua equipe avaliou seu estado psicológico, diagnosticado com síndrome do pânico, e cogita a possibilidade de ele acompanhar as sessões legislativas de forma remota, como uma estratégia para minimizar o impacto dessa pressão e facilitar uma reintrodução gradual na rotina social e política. Essa reaproximação, segundo assessores, deveria começar com o trabalho no salão de corte de cabelo onde atua, permitindo uma transição paulatina, mas o retorno completo ao plenário ainda geraria um ambiente desgastante para o vereador. Até o momento, nenhum posicionamento oficial do vereador, sua assessoria ou de seus advogados sobre essa alternativa foi divulgado.
A expectativa para a sessão de segunda-feira, 20 de outubro, é de um confronto direto de Bigodini com seus seguidores, adversários, imprensa e colegas vereadores. O episódio do acidente, levou agentes e veículos da imprensa a exposição de medidas protetivas, do vereador em relação a sua namorada, a mesma que acompanhava o vereador no acidente fotos do vereador muito arranhado com hematomas, em outra situação vídeos e imagens do passado que mostram o vereador em momentos de crise, provavelmente em surto, período que não havia sido diplomado vereador além das já mencionadas ausências médicas justificadas. A sessão promete ser uma "prova de fogo" para o vereador, que terá que lidar diretamente com a repercussão de sua conduta e a pressão por esclarecimentos e posicionamentos claros.
O momento, considerado um dos mais perturbadores da carreira de Bigodini, revela o impacto jurídico, político e social de uma crise pessoal que ganhou repercussão pública e afetou sua presença no Legislativo. A decisão sobre o futuro imediato do vereador passa não apenas pelo julgamento de seus pares na Câmara, mas também pela evolução das investigações policiais e a saúde mental do próprio parlamentar, que se vê pressionado em diversos fronts simultaneamente.