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No início dos anos 1970, a indústria automotiva brasileira ainda vivia sob forte proteção do governo, o que dificultava a importação de veículos estrangeiros. Isso despertava um desafio: como oferecer ao consumidor brasileiro um carro esportivo, bonito e moderno, sem depender de modelos importados?
A resposta da Volkswagen do Brasil veio em 1972 com o lançamento do SP2, um coupé de linhas arrojadas, totalmente projetado e produzido no país. Seu nome vinha de "São Paulo" (em homenagem ao estado onde foi desenvolvido) e também refletia o espírito esportivo da marca.
O design era o grande trunfo. Com carroceria baixa, faróis embutidos e traseira alongada, o SP2 parecia um carro europeu. Foi desenhado por Márcio Piancastelli, designer brasileiro que também participou de outros projetos icônicos da VW.
Por baixo do capô (ou melhor, na traseira), trazia o motor 1.7 boxer de 65 cv — derivado da Kombi — que entregava mais estilo do que desempenho. Esse detalhe gerou até um apelido maldoso: "SP2 – Sem Potência". Ainda assim, seu visual futurista fez sucesso imediato, sendo considerado um dos carros mais bonitos já feitos pela Volkswagen.
Foram produzidas pouco mais de 10 mil unidades entre 1972 e 1976, número baixo que ajudou a transformá-lo em peça de colecionador. O SP2 nunca foi exportado oficialmente para a Europa, mas despertou tanto interesse que até hoje é cultuado em encontros de clássicos pelo mundo.
Curiosamente, a Volkswagen chegou a cogitar uma versão mais potente, o SP3, equipada com motor 1.8 de Santana, mas o projeto nunca foi à frente.
Hoje, o SP2 é um verdadeiro símbolo da criatividade brasileira na indústria automobilística. Um carro que, mesmo sem a potência esperada, deixou sua marca pela ousadia e beleza. Mais que um automóvel, um ícone que mostra que o Brasil também sabe criar lendas sobre rodas. para mais historias como essa siga: @autofocorp
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