Dodge Dart: Imponente, barulhento e com um design que exala presença
, atualizado
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Imponente, barulhento e com um design que exala presença, ele conquistou o coração dos brasileiros nos anos 70 e segue como um dos modelos mais cultuados por colecionadores e amantes do antigomobilismo.
O Dodge Dart começou a ser produzido no Brasil em 1969, pela Chrysler do Brasil, com base no modelo norte-americano da mesma época. A missão era clara: enfrentar os já estabelecidos Ford Galaxie 500 e o Chevrolet Opala com um diferencial de peso – literalmente. O Dart era maior, mais potente e trazia o lendário motor V8 318 de 5.2 litros, com cerca de 198 cavalos de potência bruta (o que, na época, o colocava no topo da cadeia alimentar dos carros nacionais).
Com linhas retas, frente parruda e acabamento refinado, o Dart se posicionava como um carro de elite. Bancos de couro (ou vinil espumado), painel em madeira, rádio AM de fábrica e direção hidráulica eram itens de destaque. Ao volante, o motorista tinha a sensação de estar em um automóvel americano legítimo – só que montado no Brasil.
A versão Dart Sedan virou símbolo de status entre empresários e políticos da época, enquanto o Dart Coupé, lançado em 1970, conquistava quem queria um visual esportivo sem abrir mão do conforto.
Nascem o Charger e outras variantes
O sucesso do Dart abriu caminho para uma linhagem de modelos derivados. Em 1971, nascia o lendário Dodge Charger R/T, com visual agressivo, faixas esportivas, rodas diferenciadas e o mesmo motor V8 318. Era o muscle car brasileiro por excelência.
Outros modelos completaram a família: o Dodge LeBaron (mais luxuoso, voltado ao público executivo) e o Dodge Magnum, já no fim da linha, com visual mais moderno e interior requintado, lançado em 1979.
Consumo e crise: os inimigos do gigante
Se por um lado o desempenho era invejável, o consumo era digno de um caminhão. Em plena crise do petróleo, nos anos 70, rodar com um Dart significava parar frequentemente nos postos de gasolina. O consumo médio girava em torno de 4 a 5 km/l, o que rapidamente transformou o modelo em um luxo difícil de manter.
Com a crise econômica e a saída da Chrysler do Brasil, a produção foi encerrada em 1981. No total, cerca de 92 mil unidades do Dodge Dart e suas variantes foram produzidas em território nacional.
Legado e paixão eterna
Hoje, o Dodge Dart é um dos carros antigos mais desejados do Brasil. Restauradores disputam peças originais, e um exemplar bem conservado pode ultrapassar facilmente os R$ 100 mil. O ronco grave do V8, o volante grande, a alavanca de câmbio no assoalho e o painel com mostradores analógicos mantêm vivo o romantismo de uma era em que dirigir era sentir o carro vibrar.
Em encontros de antigomobilismo, é comum ver donos emocionados contando como restauraram seus Darts "parafuso por parafuso", trazendo à vida novamente uma máquina que, mesmo parada, parece pronta para dominar a estrada. Para mais histórias como essa siga @autofocorp