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Entre os anos 1970 e 1990, o Brasil viveu um período de criatividade e ousadia na indústria automotiva. Foi nessa época que nasceu o Miura, um carro esportivo que conquistou corações por seu visual futurista, seus recursos tecnológicos e, principalmente, por representar o sonho de um esportivo nacional.
Fabricado em Porto Alegre (RS), o Miura foi produzido entre 1977 e 1992 por uma pequena montadora que começou como oficina especializada em carros fora-de-série. Com nome inspirado no lendário Lamborghini Miura, o modelo brasileiro logo chamou atenção por sua carroceria baixa, linhas retas e faróis escamoteáveis — algo digno de supercarros europeus.
Embora o visual remetesse à Ferrari e à Lamborghini, a mecânica era toda baseada na Volkswagen, principalmente nos motores do Passat TS. Isso tornava o Miura mais acessível e fácil de manter, apesar de seu visual sofisticado.
O interior era outro espetáculo à parte. Enquanto os carros nacionais da época apostavam em simplicidade, o Miura vinha equipado com painéis digitais, comandos elétricos, bancos esportivos e acabamento refinado. Alguns modelos mais avançados chegaram a oferecer sistema de abertura por controle remoto, muito antes de isso se tornar padrão na indústria.
Entre os modelos mais marcantes da linha estão o Miura Sport (o primeiro, lançado em 1977), o Top Sport, o X8, o X11, e o ousado Saga, um verdadeiro laboratório de inovação. No fim da linha, a marca ainda tentou emplacar o Miura MTS, uma espécie de SUV esportivo, mas o projeto foi engolido pela realidade do mercado.
Com a abertura para importações no governo Collor, a Miura assim como outras marcas pequenas não resistiu à concorrência dos carros estrangeiros. Em 1992, a produção foi encerrada. Mas o legado permanece.
Hoje, os modelos Miura são valorizados por colecionadores, e sua história é celebrada como um dos momentos mais ousados da engenharia automotiva brasileira.
Para muitos, o Miura não foi apenas um carro. Foi um sonho de liberdade sobre quatro rodas, que ousou desafiar gigantes com criatividade e paixão. Para mais histórias como essa siga @autofocorp