Espécie nova de bromélia floresce no Jardim Botânico do Rio
Compartilhar notícia
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro descobriu uma espécie de bromélia rara em sua área, que recebeu o nome de Wittmackia aurantiolilacina em função das cores laranja e lilás de suas inflorescências.
A espécie foi descrita pelo pesquisador Bruno Rezende, um dos autores do estudo e curador da coleção científica de bromélias do Jardim Botânico do Rio, em artigo publicado no dia 19 de novembro deste ano, no periódico Phytotaxa, considerado a maior revista científica do mundo na área de taxonomia botânica.
A espécie é endêmica da Mata Atlântica e foi coletada no Parque Nacional do Alto Cariri, na Bahia, próximo à divisa com Minas Gerais. A coleta foi feita em agosto de 2023 por uma equipe do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, durante expedição do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Árvores Ameaçadas de Extinção do Sul da Bahia (PAN Hileia Baiana), no âmbito do Projeto GEF Pró-Espécies: todos contra a extinção.
Foi coletada em agosto de 2023, mas estava sem flor. É o que a gente chama de estéril. Era uma bromélia que não levantava nenhuma suspeita sobre ser algo tão diferenciado, explicou Bruno Rezende nesta quinta-feira (11) à Agência Brasil. Ela foi introduzida então na coleção científica do bromeliário do JBRJ e também no Refúgio dos Gravatás, em Teresópolis, região serrana do estado.
Floração
A floração da bromélia ocorreu em julho de 2024, no Jardim Botânico, e levou o pesquisador a suspeitar que se tratava de uma espécie nova. Porque a inflorescência tem uma combinação de cores muito inusitada, laranja com lilás, que não é algo que eu tenha visto em bromélias em 30 anos, disse Rezende.
Ele contactou um especialista no gênero, com o qual desenvolveu um estudo mais detalhado sobre a planta e juntos publicaram artigo na revista internacional.