Mercado das Indústrias Criativas fecha negócios culturais para 2026

Compartilhar notícia

Mercado das Indústrias Criativas fecha negócios culturais para 2026
Mercado das Indústrias Criativas fecha negócios culturais para 2026 - Foto: Agência Brasil
Mercado das Indústrias Criativas fecha negócios culturais para 2026 - Foto: Agência Brasil

Com três dias de rodadas de negócios entre produtores culturais, tanto os que oferecem artistas e serviços quanto os que querem contratá-los, o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR+Ibero-América) pretende movimentar o mercado cultural brasileiro para o próximo ano.

O evento começou nessa quarta-feira (3), no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), em Fortaleza, e segue até domingo (7) com mais de cem atividades previstas.

As conversas entre vendedores e compradores ocorrem no formato de rodadas rápidas, com duração de 20 minutos cada. Na manhã desta quinta-feira (5), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou o espaço.

Volume de negócios

Esta é a terceira edição do evento, sendo a segunda presencial. De acordo com a ministra, o MICBR 2023, em Belém, gerou mais de R$ 70 milhões. O primeiro ocorreu durante a pandemia de Covid-19, em formato on-line.

São artistas em várias áreas e compradores também,  e dessa vez [é algo] bem mais amplo porque nós temos aí a América Latina também participando. Em Belém, foram gerados mais R$ 70 milhões de negócios entre o momento e ao longo do ano. Temos expectativas muito maiores porque agora são 600 pessoas participando entre compradores e vendedores, argumenta.

A ministra da Cultura destacou que a cultura representa circulação de Produto Interno Bruto (PIB) e fortalecimento da economia brasileira.

Um dos aspectos da nossa gestão é alavancar essa percepção para o povo brasileiro. Temos uma forte variedade de produção cultural em todos os lugares. Então, é preciso tirar esse ativo econômico e usá-lo como uma ferramenta de desenvolvimento local. Nós trouxemos gente de todo o Brasil, mas nós queremos trazer isso como exemplo que pode ser replicado nas cidades e nos estados e aproveitar o potencial da economia criativa, assegurou.

Para a ministra, mais empresários têm acreditado no potencial criativo do Brasil e eles passaram a investir em cultura nos últimos anos.

A nossa lei de incentivo à cultura - que é a lei Rouanet, que não dá dinheiro - ela traz a análise de negócio, a gente analisa os processos. Ela passou de três mil empresas para seis mil empresas. Então, estamos num momento muito especial em relação ao fortalecimento do mecanismo e aos projetos financiados que estão acontecendo no Brasil inteiro. O estado que tem menos projetos sendo executados com essa lei tem oito, frisou Margareth.

Artistas

Julianna Sá é produtora da Dobra Música e veio a Fortaleza oferecer shows de três artistas: Luiza Brina, Iara Rennó e Maria Beraldo. Para ela, como a feira tem um foco voltado para fechar negócios, as conversas ocorrem de maneira mais fácil e direta.

É muito legal você ver essa dinâmica, é muito rico você sentar com alguém que está interessado no que você tem para apresentar; a pessoa está aqui para comprar e aí você fala: olha, eu tenho esse artista. A gente tem a possibilidade de estudar os perfis de cada um antes, saca o que está fazendo, qual o perfil do festival e aí vai objetivamente tipo olha, eu acho que esse artista tem mais a ver por causa disso, salienta Julianna.

Do outro lado do balcão, o produtor Foca, do festival Do Sol, de Natal, no Rio Grande do Norte, explica que as rodadas são boas também para conhecer novas produções.

O nosso festival é muito eclético. Eu praticamente tive interesse em quase tudo que me foi ofertado. Muita gente é de outras regiões. Recebi gente de Alter do Chão, no Pará. Isso que é legal, assim você vai ter acesso a coisas que você não tem normalmente. É um tipo de encontro que valoriza isso, diminui essa distância. Então, para a gente é legal porque você termina sendo atingido por coisas que você não seria atingido em outros lugares, destaca Foca.

O artista multimídia Beethoven Cavalcante, do atelier de Macramê Tecê, conseguiu fechar uma parceria na área de reciclagem de resíduos.

A gente tinha dores parecidas, ele tinha um resíduo para poder dar um encaminhamento e dentro do meu trabalho eu trabalho muito também com gestão de resíduos, tanto do próprio atelier como transformar esses resíduos em novas peças. Aí surgiu essa parceria  proposta para a gente ser também destinador desse material, sintetizou. 

As rodadas de negócio do MICBR ocorrem na parte da manhã.

*A repórter viajou a convite a convite do MinC