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Um projeto desenvolvido na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) digitalizou peças da cultura marajoara que fazem parte do acervo do Museu do Marajó e datam de antes da chegada dos europeus ao continente americano. Ao menos 47 vasos, urnas e outros artefatos raros foram catalogados em modelos 3D, e itens quebrados foram reconstruídos com auxílio da tecnologia.
Para o professor Jorge Lopes, responsável pelo laboratório Biodesign Lab da PUC-RJ, os arquivos digitais tornam possível recriar as peças em caso de necessidade e ajudam a garantir que futuras gerações tenham acesso à cultura marajoara.
Alguns vasos já estão em realidade aumentada. Você pode remontar eles digitalmente. E vários outros, a gente tem arquivos matemáticos, que pode até imprimir em 3D se quiser. Você pode fazer tanto em realidade aumentada ou em realidade virtual, diz.
Jorge Lopes é referência no assunto, e, há cerca de 20 anos, trabalha com digitalização das peças do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Isso garantiu a catalogação digital de vários artefatos perdidos no incêndio de 2018 e experiência para replicar o trabalho em Cachoeira de Arari, na Ilha do Marajó.
O arquipélago de Marajó fica no estado Pará, região norte do país, e é considerado o maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta. Pesquisas afirmam que a cultura marajoara foi uma das mais desenvolvidas entre as sociedades brasileiras pré-colombianas, reconhecida pela complexidade da produção de artefatos utilitários e ritualísticos em cerâmica.