Governador democrata da Califórnia critica ausência dos EUA na COP30
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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, voltou a criticar hoje (11) a ausência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O democrata veio a Belém para participar da conferência e passar uma mensagem que de ele é o oposto de Trump no debate sobre meio ambiente e a crise climática.
Na manhã desta terça-feira (11), Newsom assinou memorandos de entendimento com o governador do Pará, Helder Barbalho para ampliar a cooperação internacional em pesquisa e inovação em gestão sustentável, bioeconomia e combate a incêndios.
"Sei que meu país e sua liderança em Washington, D.C. [a capital], não estão aqui. Por isso, sinto-me particularmente honrado pela generosidade do governador em nos receber, assinar este memorando de entendimento e desenvolver uma parceria e um relacionamento mais formais entre nossos dois estados e nossas nações", afirmou.
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A parceria estratégica de longo prazo tem como foco soluções de baixo carbono, desenvolvimento inclusivo e conservação da floresta. Como maior economia verde dos Estados Unidos, a Califórnia lidera o debate local sobre meio ambiente.
Estamos do outro lado do debate e o estado [da Califórnia] está prosperando. E por isso viemos aqui para comunicar essa mensagem. Donald Trump está duplicando a sua estupidez. Quero dizer, ele está duplicando a aposta no carvão em Ohio. Estamos aqui [na COP30] para falar de crescimento e energia renovável. Estamos falando sobre biodiversidade a partir de uma mentalidade sustentável, afirmou Newsom.
Em setembro, Trump anunciou um plano para incentivar a mineração no país e o uso do carvão como fonte de energia. O combustível fóssil é o maior contribuinte para as mudanças climáticas em todo o mundo.
Eu diria, mais uma vez, que queremos comunicar que somos um parceiro estável e confiável nos Estados Unidos da América e que Donald Trump não representa o meu estado em termos da nossa mentalidade no que diz respeito ao ambiente, energia limpa e verde, energia de baixo custo. Ele se afastou da liderança global. É de cair o queixo, continuou.
Ontem (10) durante um debate, em São Paulo, sobre a emergência climática e a transição energética, Newsom já havia dito que a falta de representantes da Casa Branca em Belém era um "desrespeito" com o Brasil.
Durante o encontro com o governador do Pará, ao ser questionado se um futuro presidente democrata levaria os Estados Unidos a aderir novamente ao Acordo de Paris, que fixa metas para emissões de gases do efeito estufa, Newsom respondeu que o retorno aos debates sobre o clima é um compromisso moral.
Sem dúvida, sem hesitação. É um compromisso moral e um imperativo econômico, afirmou É uma abominação que ele [Trump] tenha se afastado do Acordo duas vezes, e não apenas uma, disse Newsom se referindo ao fato de que, nas duas vezes em que ocupou a presidência, Trump retirou o país do acordo.
Memorando
O memorando de entendimento assinado com o governo do Pará prevê o fortalecimento da prevenção e da resposta a incêndios florestais por meio de troca de experiências, tecnologia e inteligência aplicada.
A cooperação abrange as áreas de monitoramento da saúde das florestas, a identificação de áreas suscetíveis ao fogo, o compartilhamento de conhecimento sobre redução de riscos, o desenvolvimento conjunto de estratégias de queima controlada e o apoio a ações comunitárias de mitigação e educação pública.
A assinatura do documento ocorreu durante a visita de Gavin Newsom ao Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, espaço que reúne pesquisa científica, startups, empreendedores, povos indígenas e comunidades tradicionais em torno de novos modelos de negócios baseados na floresta viva.
Hoje, desejamos e apresentamos o conceito e os investimentos do Vale Bioamazônico para conectar a agenda da biodiversidade da floresta amazônica com a tecnologia, a inovação e o conhecimento existente no Vale do Silício. As agendas dos estados da Califórnia e do Pará permitem que, de forma bilateral, possamos construir suportes que viabilizem a conexão do conhecimento, da tecnologia e da inovação, acreditando na revolução que a biodiversidade amazônica pode representar para a nossa região, afirmou o governador do Pará, Hélder Barbalho.