Inaugurada em 2013, a Praça Memorial é um espaço público, mas também um lugar de memória que relembra o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, no dia 25 de outubro de 1975. Ele foi morto sob tortura, nas dependências do Departamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), durante a ditadura militar.
Passados 50 anos da morte de seu pai, Ivo Herzog destaca que o jornalismo continua sendo um importante instrumento para a democracia.
O Estado Democrático de Direito prevê o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, mas também um quarto poder, que é a imprensa, que é o poder que fiscaliza os outros três poderes e que comunica para a sociedade as ações positivas, mas também as negativas do governo eleito democraticamente. É o poder da imprensa que nos possibilita, a cada ciclo eleitoral, ajudar a escolher quem vai nos representar, a conhecer a história daqueles candidatos e, a partir desse conhecimento, nos ajuda a buscar aquele candidato que tem um pensamento mais em linha do que cada indivíduo pensa ser o caminho para uma sociedade melhor, destacou.
Para Sérgio Gomes, sem o jornalismo, não seria possível existir democracia no país. É só imaginar uma grande enchente, que alaga um bairro, com milhares de pessoas embaixo dágua. Qual é a primeira coisa que temos que levar para elas? É comida, remédio, roupa? Não, isso é um paradoxo, mas precisamos levar água potável. E é a mesma coisa com a informação: excesso de informação é nenhuma informação. Há necessidade de uma profissão, chamada de jornalista profissional, que é capaz, com critérios técnicos e éticos, de verificar o que é ou não importante, para que as pessoas tenham um quadro de referência. Sem jornalismo profissional, não há democracia, ressaltou.
Essa democracia, destacou o presidente da EBC, tem que ser um exercício diário. A gente tem que se perguntar todo dia, toda semana, todo ano: o que eu fiz hoje pela democracia? Isso parece vago, mas não é. Fazer pela democracia é ouvir o outro, é respeitar os direitos, lutar por direitos, é entender que se vive numa sociedade e que o bem coletivo é maior do que o interesse individual, que existem regras que precisam ser respeitadas, que existe uma verdade factual, que existe um país, um povo, uma nação, uma história que precisam ser preservadas e respeitadas", destacou o jornalista.
"O hábito da democracia tem que estar no nosso dia a dia. O Herzog é um símbolo disso, e a EBC é fruto disso, um lugar estratégico pra gente pensar e lutar pela democracia, pela defesa da democracia, afirmou Basbaum.
>> Confira os nomes inscritos nos tijolos do calçadão:
Mouzar Benedito
Abdias Nascimento
Alberto Dines
Alex Silveira
Audálio Dantas
Bernardo Kucinski
Caco Barcellos
Cláudio Abramo
D. Angélico Bernardino
D. Paulo Evaristo Arns
Daniel Herz
David de Moraes
Dom Phillips
Dorrit Harazim
Dráuzio Varella
Eduardo Galeano
Elaíze Farias
Elifas Andreato
Élio Gaspari
Fernando Morais
Flávia Oliveira
Gizele Martins
Glenn Greenwald
Glória Maria
Henfil
Hermínio Sacchetta
José Marques de Melo
Kátia Brasil
Laerte
Lourenço Diaféria
Lúcio Flávio Pinto
Luiz Gama
Marco Antônio Coelho
Mauro Santayana
Mino Carta
Neusa Maria Pereira
Patrícia Campos Mello
Perseu Abramo
Raimundo Pereira
Rede Wayuri
Ricardo Kotscho
Rose Nogueira
Rubens Paiva
Sandra Passarinho
Sônia Bridi
Sueli Carneiro
Tim Lopes
Trabalhadores da EBC
Zé Hamiltom Ribeiro
Ziraldo
Zuenir Ventura