Delegado por mais de 40 anos, Ruy Ferraz Fontes chefiou a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022. Durante sua carreira, atuou nas divisões de Homicídios (DHPP) e de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Fontes também chefiou diferentes delegacias e divisões, como a Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos, tendo sido responsável, entre outras coisas, por prender líderes e outros integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC.
Aposentado da Polícia Civil, Fontes assumiu, em janeiro de 2023, a Secretaria de Administração da cidade de Praia Grande, no litoral paulista cargo no qual se manteve na atual gestão, até ser morto na noite de ontem.
Por volta das 18h desta segunda-feira, Fontes foi alvo de uma emboscada. Imagens registradas por câmeras de segurança mostram seu carro em fuga, em alta velocidade, em um bairro próximo à prefeitura e ao fórum municipal, até capotar entre dois ônibus.
Na sequência, um outro carro em alta velocidade se choca contra um dos ônibus. Três homens armados com fuzis saltam do veículo e se aproximam e disparam no carro que era conduzido por Fontes. Em seguida, os criminosos fogem.
O caso está sendo registrado na Polícia Civil. Equipes estão em campo, realizando diligências e utilizando ferramentas de inteligência para identificar, prender e responsabilizar os envolvidos", informou a Secretaria de Segurança Pública, em nota.
Após o crime, a pasta reforçou o policiamento em toda a Baixada Santista, deslocando policiais e viaturas de outras localidades próximas.
Repercussão
O assassinato do ex-delegado repercutiu durante a audiência pública da Comissão Especial da PEC da Segurança. A também delegada de carreira e deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO) expressou a indignação de policiais de todo o país diante do brutal assassinato de Fontes.
Não poderia deixar de manifestar a indignação de toda a nossa categoria com o cruel, covarde a audacioso assassinato do delegado Rui Ferraz Fontes, muito querido e respeitado por todos nós, declarou a parlamentar, autora de um projeto de lei que visa a garantir proteção a autoridades públicas em determinados casos.
Relator da comissão especial, o deputado Mendonça Filho (União-PE), classificou o assassinato de Fontes como um episódio deplorável que merece o repúdio de toda a sociedade.
Espero que a polícia do estado de SP possa chegar àqueles que cometeram esta atrocidade, contando com a cooperação da PF. [Porque] é necessária a atuação do governo central, principalmente da PF e da PRF. Contudo, a ação da segurança pública é eminentemente local e a descentralização é essencial, pontuou o relator.
Matéria ampliada às 14h50