Secretário não soube responder sobre letramento racial, diz advogada
, atualizado
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A advogada Débora Oliver ressalta que o que ela define como " pacto da branquitude" não é um acordo explícito, mas um mecanismo silencioso que determina o que é considerado competência, legitimidade e poder.
"Em uma reunião com o Secretário da Assistência Social, Júlio Baleiro, questionei diretamente: 'Quem é a sua população? Alguém da sua equipe tem letramento racial?' — e ele não soube responder. E isso diz muito. Um homem branco comandando uma pasta cuja população é majoritariamente negra e periférica, sem letramento racial, cercado por uma equipe visivelmente despreparada para compreender as urgências reais do território", avaliou.
Segundo ela, enquanto esse pacto seguir orientando decisões e ocupando espaços de definição, a exclusão continuará sendo tratada como normalidade.
"O letramento racial é o passo essencial para romper esse ciclo: reconhecer privilégios, redistribuir oportunidades e construir uma sociedade onde a liderança reflita, de fato, a diversidade do povo brasileiro".