Em CPI, secretário acusa o antecessor por 'cobrança frouxa'
Atual chefe da área de Obras, Walter Telli alega falta de fiscalização em contrato de R$ 27 milhões do sistema ITS
, atualizado
Compartilhar notícia
O secretário de obras de Ribeirão Preto, Walter Telli, acusou seu antecessor no cargo, Pedro Pegoraro, de realizar uma "cobrança frouxa" sobre o contrato de R$ 27 milhões para a implantação, na cidade, do sistema ITS (Sistema Inteligente de Transporte). A declaração foi dada durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta pela Câmara para apurar o atraso na conclusão do projeto.
O sistema foi licitado na gestão do ex-prefeito Duarte Nogueira (PSD) como um complemento às obras dos corredores de ônibus. A promessa era de que, com ele, a RP Mobi - estatal responsável pela gestão do trânsito na cidade - pudesse "administrar" o tempo de paralisação dos sinais, dando mais fluidez ao tráfego.
Telli destacou que as falhas eram evidentes desde o planejamento. "Quem fez a licitação sabia que o ITS não ia funcionar", afirmou o secretário. Ele fez uma analogia para explicar a situação: "você tem a árvore de Natal, tem as luzes e os enfeites, mas não tem a tomada. E era sabido isso."
Um dos pontos controversos levantados foi a ordem de execução do contrato, que teria começado pela Zona Sul da cidade, área final do sistema. Indagado sobre o motivo, Walter Telli não soube responder aos vereadores.
Além disso, o secretário apontou a demora da prefeitura em notificar a empresa sobre as irregularidades. Segundo ele, as notificações só foram enviadas um ano após a entrega do sistema, o que teria comprometido a possibilidade de correções eficazes no prazo previsto em contrato.
Os documentos obtidos até agora pela CPI revelam que o sistema contratado não vem funcionando conforme previsto, mesmo com pagamentos contínuos realizados pela Prefeitura.