Variação do preço do álcool nos postos beira os 30% em Ribeirão

Menor preço registrado na cidade na penúltima semana de agosto foi de R$ 3,49 e mais caro, R$ 4,49; safra no Centro Sul deve ter queda

, atualizado

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EDUARDO SCHIAVONI

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Dados divulgados pelo governo federal nesta semana indicam que a variação do preço médio do etanol nas bombas dos postos da cidade chegou a 28,65%. O litro do combustível mais barato foi, na penúltima semana de agosto - último dado disponível no levantamento - de R$ 3,49, enquanto o mais caro foi de R$ 4,49. Na média, o preço do combustível foi de R$ 3,98.

Já a gasolina comum teve preço médio de revenda de R$ 6,17 na bomba, com mínimo de R$ 5,69 e máximo de R$ 6,59 - diferença de pouco mais de 15,8% entre o valor mais caro e o mais barato registrado na cidade.

Considerando-se ainda o preço médio, o álcool custa perto de 55% do valor do litro da gasolina, valor que faz com que ainda seja vantajoso abastecer com o combustível, de acordo com Fernando Roca, presidente da Associação Núcleo Postos (ANP) de Ribeirão Preto e região, ligado ao Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp).

A dica de ouro, segundo ele, é pesquisar preços e sempre abastecer em um posto de confiança, até porque nem sempre o combustível mais barato é o melhor. "É importante usar a regra de paridade, ou seja, se o preço do litro de etanol equivaler, no máximo, a 70% do preço do litro da gasolina, compensará abastecer com etanol", finaliza.

ANÁLISE

Segundo levantamento da ANO, o mercado nacional de combustíveis vive uma fase de considerável diminuição da oferta de etanol, o que deve provocar, nas próximas semanas, aumento do preço do litro do biocombustível desde as usinas até as bombas.

Um dos indicadores que comprovam esse fato é o Índice Esalq/USP (referência para a cotação), que, em agosto, registrou aumento de 10% no preço do litro de etanol vendido das usinas para as distribuidoras. Estava em R$ 2,6239 (em 1/8) e chegou a R$ 2,884 (em 1/9).

"Isso cria um efeito cascata. A distribuidora paga mais caro às usinas e repassa a diferença aos postos. E os postos, por sua vez, pagam mais caro pelo litro de etanol e tendem a aplicar o reajuste, na mesma proporção, ao consumidor final, conforme novas remessas chegam com o valor maior", explica Roca.

Outro fator é o aumento da adição do percentual de etanol no litro de gasolina C (vendida nos postos), que, desde 1/8, subiu de 27% para 30%. Foi uma determinação do governo federal na tentativa de conter a escalada do preço da gasolina que, segundo a entidade, não surtiu efeito até o momento.