Prefeitura e PróUrbano divergem sobre compra de ônibus elétricos

Consórcio diz que investimento de R$ 9,5 milhões era uma exigência contratual, enquanto administração fala em ‘acordo entre as partes’

, atualizado

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Veículos foram
Veículos foram "apresentados" em ato público na região Central - Foto: Fernando Gonzaga
Veículos foram "apresentados" em ato público na região Central - Foto: Fernando Gonzaga

A Prefeitura de Ribeirão Preto e o Consórcio PróUrbano – responsável pelo transporte coletivo da cidade – têm versões diferentes sobre a compra de quatro ônibus elétricos, incorporados esta semana à frota. Enquanto as empresas alegam que o investimento de R$ 9,5 milhões, foi uma “exigência contratual”, a gestão do prefeito Ricardo Silva disse à imprensa que a novidade foi um “acordo entre as partes”.

“Os quatro ônibus elétricos da fabricante chinesa, Ankai, foram adquiridos pelo Consórcio PróUrbano e fazem parte do programa de mobilidade. A compra é de uma determinação contratual e o custo de cada veículo foi de R$ 2,38 milhões”, afirmou, em nota a assessoria de imprensa da operadora.

Já a RP Mobi – empresa estatal responsável pela gestão do transporte e do trânsito de Ribeirão Preto – disse que não houve exigência. “Não houve exigência por nenhuma parte, sendo somente um acordo comum entre as duas partes (prefeitura e consórcio) que está em contrato”, diz o texto encaminhado ao Jornal Ribeirão.

A reportagem apurou que o último termo de aditamento de contrato entre o município e o PróUrbano previa a locação de quatro ônibus elétricos. A medica funcionaria como um “passo inicial” para um processo maior de eletrificação da frota, que inclui um financiamento de R$ 210 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a compra de 60 veículos. (leia abaixo).

Ao analisar os termos de uma possível locação, as empresas de ônibus teriam optado pela compra.
Os veículos foram “apresentados” à população na última segunda-feira, em evento com a presença do chefe do Executivo. O modelo tem capacidade para até 78 passageiros (34 sentados e 44 em pé), conta com ar-condicionado, wi-fi, entradas USB, plataforma elevatória para pessoas com deficiência e sete câmeras internas, proporcionando mais conforto, acessibilidade e segurança aos usuários.

Linhas que operam em corredores recebem elétricos

A RP Mobi definiu quatro linhas municipais que serão operadas com ônibus elétricos a partir de agora: 901 – Norte-Sul 1A, 904 – Leste-Oeste 2, 104 – Jardim Canadá, e 305 – Jardim Nova Aliança. De acordo com a estatal, foram priorizadas as linhas que percorrem corredores exclusivos de ônibus e “têm alta demanda” de passageiros.

“Esses veículos marcam uma nova etapa na mobilidade urbana de Ribeirão Preto. Estamos trazendo inovação com responsabilidade ambiental e pensando na qualidade de vida das pessoas que utilizam o transporte todos os dias”, destacou Marcelo Galli, superintendente da RP Mobi.

Empréstimo milionário aguarda decisão de Ricardo Silva

Os quatro veículos adquiridos pelo PróUrbano representam pouco mais de 1% da frota que opera no transporte público de Ribeirão Preto. Hoje, o consórcio atua com 306 ônibus movidos a Diesel. A compra de mais 60 veículos elétricos aguarda uma definição do prefeito Ricardo Silva.

Desde que assumiu o cargo, ele analisa um contrato de financiamento oferecido pelo governo federal, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ainda durante a gestão de Duarte Nogueira.

O acordo previa um empréstimo de R$ 210 milhões ao município para a aquisição de 60 ônibus elétricos. O edital, contudo, exige que os veículos sejam de fabricação nacional.

Segundo a assessoria de imprensa da administração municipal, o contrato com o banco federal “ainda não foi assinado”.