"Mithos Políticos Brasileiros"

Lula, Bolsonaro e Moro figuras idealizadas por "mitos populares

, atualizado

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Manifestantes Politicos na Av. Paulista
Manifestantes Politicos na Av. Paulista - Foto: Foto: Web
Manifestantes Politicos na Av. Paulista - Foto: Foto: Web

A alucinação popular em relação aos mitos políticos é uma característica sempre presente na sociedade, tanto em momentos de estabilidade quanto de eleições. No entanto, é interessante observar como esses líderes políticos tendem a se distanciar do povo quando confrontados com situações adversas, buscando apenas a proteção de suas próprias reputações e peles.

Sérgio Moro, em uma das conversas desvendadas na Operação Vaza Jato, com então Deltan Dellagnol referiu-se aos seus apoiadores como "doentes alucinados", enquanto Jair Bolsonaro em depoimentos no STF descreveu os manifestantes acampados em frente ao Exército, defensores de um AI5 institucional como "malucos". Essas atitudes revelam a forma como os políticos se desvinculam de seus apoiadores quando suas ações são questionadas, demonstrando um distanciamento pragmático para salvaguardar suas próprias imagens.

Por outro lado, Lula emerge no cenário político de outra forma como uma figura de soberania da esquerda, consolidando-se como o único nome da esquerda capaz de liderar e polarizar as eleições ou a única salvação acima de qualquer critica. A idolatria em torno de Lula muitas vezes o eleva a um patamar acima de qualquer erro, sendo visto como o salvador da administração pública e da justiça social outra vertente patológica. Essa posição de supremacia de Lula revela um papel distorcido e doentio na política brasileira, onde a figura do líder se sobrepõe às instituições e à racionalidade política.

A dinâmica política no Brasil reflete um cenário de extremos, onde a polarização ideológica é intensa e as visões sobre figuras políticas se tornam distorcidas pela idolatria ou demonização. Tanto à direita quanto à esquerda, vemos grupos de fanáticos que defendem suas lideranças como seres perfeitos, enquanto a realidade política se mostra complexa e permeada por interesses diversos.

Ao comparar a democracia brasileira com a democracia ateniense, podemos refletir sobre a influência dos sofistas e a seletividade no exercício do poder. Assim como na Atenas antiga, onde a democracia favorecia os interesses dos mais influentes, no Brasil contemporâneo observamos uma elite política que se mantém no poder e domina o cenário político, independentemente de suas orientações ideológicas.

Nesse contexto, a filosofia de Hobbes e Maquiavel nos ajuda a compreender as características dos brasileiros em relação à política, revelando uma tendência à idolatria e à manipulação por parte de líderes carismáticos. A busca por mitos políticos e a distorção da realidade em prol de interesses individuais são sintomas de uma sociedade que ainda está em busca de sua maturidade democrática.

Em suma, é fundamental que a população brasileira busque uma maior consciência crítica e uma postura mais cética em relação aos mitos políticos, entendendo que a política não deve ser pautada apenas por figuras carismáticas, mas sim por ideias e projetos concretos que visem ao bem comum e à construção de uma sociedade mais justa e equitativa. A reflexão filosófica sobre essas questões pode nos proporcionar insights valiosos sobre a nossa realidade política e nos ajudar a repensar nossas práticas e valores como cidadãos e eleitores.