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O esportivo nacional que conquistou pistas, corações e o mundo e ainda acelera memórias por onde passa.
Design ousado, mecânica confiável e personalidade de sobra. Nos anos 1960, quando o Brasil ainda dava seus primeiros passos no mercado automotivo, nasceu um esportivo que mudaria tudo: o Puma. Um carro com espírito europeu, mas alma brasileira feito com criatividade, coragem e fibra (literalmente).
Produzido artesanalmente em São Paulo, o modelo logo virou símbolo de inovação sobre rodas. Fez sucesso nas ruas, nas corridas e até fora do país, onde surpreendeu pela beleza e desempenho. Um verdadeiro caso de amor à primeira marcha.
O Começo de uma Lenda
Tudo começou em 1963, com a criação da Sociedade de Automóveis Lumimari nome formado pelas iniciais dos quatro fundadores. Mas foi em 1966, com a entrada de Jorge Lettry, ex-Vemag, que o projeto ganhou força e passou a se chamar Puma Veículos e Motores Ltda.
O primeiro modelo, o Puma GT, usava base da DKW. Com o fim da Vemag, a solução foi recorrer à plataforma do Volkswagen Karmann Ghia. Assim nasceu o lendário Puma GT 1500, apelidado de "Tubarão", graças ao desenho afiado e à postura baixa e agressiva.
Estilo com Pegada
Com carroceria em fibra de vidro e peso reduzido, o Puma esbanjava presença e agilidade. Mesmo com motores VW refrigerados a ar, entregava uma tocada divertida e surpreendia: chegava aos 150 km/h com facilidade.
Nos anos 70, a família cresceu: surgiram o GTE (coupé), o GTS (conversível) e o poderoso GTB, com motor Chevrolet 4.1 de seis cilindros uma fera à altura dos muscle cars americanos, mas com identidade brasileira.
Do Brasil para o Mundo
O charme do Puma não ficou restrito ao território nacional. Ele foi exportado para Estados Unidos, Alemanha, Japão e montado sob licença na África do Sul. Em seu auge, a produção chegou a 500 unidades por mês um feito notável para uma marca independente e artesanal.
Crise e Sobrevivência
Os anos 80 foram duros para a indústria nacional. A Puma enfrentou a inflação, a falta de incentivos e trocas de comando passando por empresas como Araucária Veículos e Alfa Metais. A produção foi até 1994, já longe dos dias de glória.
Mesmo assim, a história não terminou. Estima-se que mais de 30 mil unidades foram produzidas. E muitas ainda rodam restauradas, cuidadas, celebradas.
O Rugido Voltou
Em 2019, o nome voltou com o Puma GT Lumimari: uma releitura moderna com visual retrô, motor 1.8 flex de 180 cv, câmbio manual e carroceria reforçada em fibra de carbono. Uma homenagem fiel ao espírito ousado dos criadores originais.
Um Ícone que Vive no Asfalto e na Memória.
Hoje, clubes como o Puma Club do Brasil mantêm acesa a paixão. Encontros, eventos e restaurações mostram que o Puma não é só um carro é cultura, é emoção, é resistência.
Mais que um Esportivo. Um Personagem da História.
Na pista ou na garagem, o Puma continua despertando olhares e sorrisos. Um felino elegante, veloz e cheio de atitude símbolo de uma época em que a criatividade brasileira pisou fundo e deixou sua marca.
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