Cufa lança instituto de pesquisas cooperativo com foco em favelas
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A organização não-governamental Central Única das Favelas (Cufa) e a Favela Holding lançaram nesta quarta-feira (13) o Instituto Central, que vai reunir pesquisadores de todo o país em uma rede cooperativa com foco em produzir dados e análises sobre as populações das favelas brasileiras.
O lançamento foi realizado na sede da Cufa no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, e contou com a participação dos dirigentes do instituto: Preto Zezé, Cléo Santana e Marcus Vinícius Athaíde, além de um dos fundadores da Cufa e do Instituto DataFavela, Celso Athaide. Para a diretora do projeto, Cléo Santana, as pessoas da favela devem sair do lugar de objetos de pesquisa.
O Instituto Central nasce de uma necessidade urgente: transformar o território em dado, e o dado, em transformação real. Queremos que as pessoas das favelas não sejam apenas objetos de pesquisa, mas sujeitos da produção científica, sócios do conhecimento e cocriadores de soluções, afirma Cléo Santana.
O instituto visa a criar uma rede de inteligência e diagnóstico social, reunindo pesquisadores cooperados em todo o Brasil. A pesquisa de estreia será um estudo inédito com mais de 10 mil pessoas em conflito com a lei, especificamente operadores do tráfico de drogas, em pelo menos 24 estados, ao longo de 22 dias. Segundo os organizadores, o estudo não abordará questões ligadas à criminalidade ou violência, mas, sim, temas como família, formação, hábitos, cotidiano, consumo, sonhos e perspectivas de futuro.