Reino Unido vai reconhecer Palestina se Israel rejeitar cessar-fogo
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O governo do Reino Unido informou, nesta terça-feira (29), que vai reconhecer a Palestina como um Estado, até setembro deste ano, caso Israel não aceite certas condições para aliviar o sofrimento dos civis na Faixa de Gaza. Tel Aviv é contra a criação de um Estado palestino.
A decisão foi divulgada cinco dias após a França anunciar que vai reconhecer, também em setembro, o Estado da Palestina nas Nações Unidas. Com isso, França e Reino Unido podem se tornar as duas primeiras potências ocidentais a reconhecerem a Palestina.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o gabinete tomou a decisão hoje.
Em Gaza, devido a uma falha catastrófica na ajuda humanitária, vemos bebês famintos, crianças fracas demais para se manterem em pé, imagens que permanecerão conosco por toda a vida. O sofrimento precisa acabar, disse.
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As condições elencadas pelo chefe do governo britânico ao governo de Israel para evitar o reconhecimento da Palestina são:
- Que o governo de Benjamin Netanyahu tome medidas substantivas para pôr fim à terrível situação em Gaza;
- Que concorde com um cessar-fogo e se comprometa com uma paz sustentável de longo prazo reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados;
- Que permita à ONU distribuir ajuda humanitária nos territórios palestinos ocupados;
- Que deixe claro que não haverá anexações na Cisjordânia.
O primeiro-ministro Keir Starmer acrescentou que a mensagem ao Hamas continua a mesma: Eles devem libertar imediatamente todos os reféns, assinar um cessar-fogo, desarmar-se e aceitar que não participarão do governo de Gaza, completou.
Ao todo, mais de 140 dos cerca 190 países da ONU já reconhecem a Palestina como Estado, incluindo o Brasil, que fez esse reconhecimento em 2010. Na Europa, dos 27 Estados, apenas Eslovênia, Suécia, Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem a Palestina como Estado.
Nesta semana, uma conferência da ONU discute a solução de dois Estados para crise na Palestina. Os países debatem medidas para tornar os dois Estados uma realidade.