No DR com Demori, vereadora critica apropriação religiosa pela direita
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A vereadora mais votada da história de Goiânia, Aava Santiago (PSDB), tem ganhado projeção nacional por unir ativismo nas redes sociais, atuação parlamentar e liderança evangélica. Em entrevista ao programa DR com Demori, Aava falou sobre os caminhos que a levaram a se tornar uma referência no debate público, enfrentando temas como direitos das mulheres, violência de gênero, desinformação e o avanço da extrema direita nas igrejas brasileiras.
“Eu sou nascida e criada na Assembleia de Deus e é claro que as contradições e a instrumentalização da Bíblia são tão milenares quanto o próprio Evangelho”, afirmou Aava, ao abordar a crescente aliança entre setores religiosos e projetos autoritários.
Segundo ela, o que é novo no cenário atual é a escala dessa instrumentalização:
“A novidade é a instrumentalização da fé em escala industrial para a manutenção e a hegemonia de um projeto de poder de extermínio de pessoas — de categorias que a Bíblia marcadamente defende. [...] Como é que pode o Evangelho que nos ensina a estar do lado do estrangeiro, do órfão, da viúva, do pobre, do oprimido, de quem está preso, se tornar justamente a ferramenta distorcidamente daqueles que nos perseguem?”, questiona
A vereadora vê esse movimento como parte de uma transformação profunda dentro do universo evangélico, impulsionada por fatores históricos e políticos. Ela lembrou como o preconceito contra evangélicos — especialmente os periféricos, negros e mulheres — foi alimentado inclusive por setores progressistas:
“A crítica ao crente era só um verniz que não ia até a segunda página. Era um preconceito elitista.”