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Flávio Luiz Zeoti
Parafraseando inicialmente um icônico apresentador, que, no ano passado, encerrou a sua vida terrena, começo o singelo texto para abordar uma preocupante postura dos políticos neopopulistas virtuais.
Aliás, atrevo-me a nomeá-los dessa forma, pois, na ótica que observo, vejo que há uma nova roupagem as antigas práticas do bom e velho populismo. Aquele mesmo imortalizado por Getúlio Vargas, que, em seu último ato, “saiu da vida e entrou para a História”.
História essa que, desde então, jamais deixou de testemunhar personagens políticos que hora ou outra se apresentam com comportamentos que remetem as práticas populistas que, além de Vargas, personagens como Perón e Evita, na Argentina, Lázaro Cárdenas, no México, fizeram dessas políticas, palanques de seus governos.
Ocorre que agora, com o advento e a facilidade de acesso pelas redes sociais, a prática se faz com maior intensidade. O fenômeno tem se intensificado, principalmente após as últimas eleições para o executivo e legislativo federal e estadual em 2022, bem como, as municipais em 2024.
Redes sociais como Instagram, Facebook e Tik Tok tornaram-se púlpitos para um verdadeiro show de demagogia e promessas políticas vazias. O que vale é o “engajamento” e a quantidade de “likes”- linguagem utilizada por esses meios – sem muita preocupação com a efetividade das promessas realizadas.
São vários os mandatários por cargos eletivos que usam e abusam da “terra de ninguém” que são as redes sociais para desfilarem posturas hilárias por que não muitas vezes que beiram o ridículo. O cenário utilizado são os mais diversos, tais como: banho de piscina com roupa e tudo mais, tomar sol em cadeiras de praia nas obras públicas não finalizadas pela última gestão, celular em ponto de ônibus. Enfim, é o vale-tudo (sem intenções midiáticas para promover a nova novela), para conquistar ou iludir, os seus eleitores e quem sabe novos votantes.
E por falar em novelas, a nova prática revela um cenário desolador construído por representantes de grandes cidades, e até mesmo governadores e deputados, sejam eles estaduais ou federais, que representam os estados mais ricos da Federação, e não medem esforços para se exibirem de maneira esdruxula, patética e sem a mínima coerência com a Ciência, denominada Política, construída desde os períodos mais remotos e os pensadores mais longínquos, cito alguns como: Aristóteles, Platão, John Locke, Thomas Hobbes, e outros vários que você leitor, tem a liberdade de remetê-los através de seus conhecimentos.
O que me preocupa nessa prática neopopulista, é que a seriedade, a postura, e até mesmo a ética de nossos representantes estão ficando esquecidas para dar espaço ao comportamento apelativo e desmedido de nossos representantes.
As banalidades jamais poderão suprimir a verdadeira essência do que realmente representa em suas raízes o único sentido de se atuar na política, que visa trabalhar para o bem comum, e construir políticas sólidas e robustas que são refletidas em toda a sociedade.
Quiçá seja somente uma onda que não permaneça, e que muito em breve possamos a ter opções que realmente atendam os requisitos que a política brasileira e, principalmente, nós brasileiros, merecemos.
* Advogado, Professor de História e Publicitário